O que torna um planeta apto a desenvolver ou sustentar vida?
Nos últimos anos descobrimos milhares de exoplanetas (planetas fora do
nosso sistema solar). Dentre esses milhares de exoplanetas, poucas
centenas estão localizados em órbitas dentro de uma região que chamamos
de zona habitável. Planetas na zona habitável possuem temperatura
superficial capaz de sustentar água no estado líquido, ou seja, são
planetas nem muito quentes e nem muito frios. No Sistema Solar, Vênus
está na borda interna da zona habitável e portanto mais próximo do Sol, o
que o torna muito quente. Marte está na borda externa da zona habitável
e portanto é muito frio, embora tenhamos evidências atualmente que
ainda existe água líquida sob a superfície de Marte.
Em um artigo recente, Ramses Ramirez e Lisa Kaltenegger calcularam
como a posição da zona habitável muda ao longo da vida de uma estrela . Há 4,5 bilhões de anos atrás o Sol era mais quente e mais luminoso,
a zona habitável era diferente e Marte estava em uma posição adequada
para ter água líquida em sua superfície. Hoje a Terra está
confortavelmente localizada no centro da zona habitável, mas daqui a 4,5
bilhões de anos, quando o Sol se tornar uma gigante vermelha e sua
atmosfera ultrapassar as órbitas de Mercúrio e Vênus, a zona habitável
vai se deslocar, tornando nosso planeta e Marte corpos rochosos
desprovidos de atmosfera e vida.
Mas parece que além disso tudo, não basta um planeta estar na zona
habitável para ter condições de sustentar ou desenvolver vida. Em outro
estudo, Jun Korenaga mostra que é importante o planeta começar com a
temperatura interna correta. Modelos antigos supunham que um planeta
rochoso seria capaz de auto-regular sua temperatura interna através da
convecção do manto. Entretanto resultados recentes indicam que esse
mecanismo de auto-regulação não existe em planetas do tipo da Terra. Os
modelos atuais de formação planetária indicam que planetas rochosos se
forma por múltiplos impactos de corpos proto-planetários gigantes, o que
resulta em uma grande diversidade de tamanhos e temperatura interna.
Segundo Korenaga, os continentes e oceanos da Terra não existiriam se a
sua temperatura interna inicial não estivesse em um certo intervalo de
valores. A Terra portanto não pode ter começado nem muito quente e nem
muito fria.
A capacidade de sustentar ou desenvolver vida depende não somente da
proximidade da estrela, mas também do histórico de formação do planeta.
Todas essas informações serão muito importantes num futuro próximo. Há
informações de que um grande anúncio sobre a descoberta de um exoplaneta
parecido com a Terra será feito no final de Agosto. Fiquem antenados,
assim que o anúncio for feito faremos a cobertura aqui no Saense.
FONTE:
O que torna um planeta apto a desenvolver ou sustentar vida?
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22:37:00
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